quarta-feira, 11 de maio de 2011

Eitxaa

Eita danou-se!
Ja cumeça o pinicado na titela
Minino, tou de arrancar os cabelo
Agunia chegano, São João bem pertim
Já disse até a mãe
Pra butar uma gominha de maisena
Naquela minha camisa
Chadrez surtida: Vermêi, azul, e um alvim
Pense que esse ano eu vou
Dançá a noite todinha
Apercata nova, feita na midida im seu Zeca dos Couro
Mái num dura muito não
Dura não, que eu num deixo
No primeiro dia de latada
O rasta chinelo vai ser tão grande
Que se brincar, dessa vez eu tiro até os rachão dos pé
E vai ser mais meu amor
Minha fulô de maracujá
Minha Maria de seu Zezim Cabôco
Ela que prenda a barra da saia na calcinha
Se não arriba e os ôto doido do salão vão ver seus escondido
Oxee! Naam!
Os escondido de Maria é que nem mío no armazém
Só carece mexer quando pricisar
Mais são os besta! Rum!
Mais o que importa mermo
É a noite de festa
Dançar, dançar, me divertir e oiá os espetáclo no céu
Céu todo cheio de estrela
De fógo, daquele bem colorido
Parece as tuáia de mesa de casa
Da chita mái bunita das banca da fêra
Eita! Homi e as pômonha?
Isso vai dar um buxo inchado
Mái mermo assim duvida eu num dançar
Oxi, mái minino
É capaz do sanfoneiro num ir
Mais eu tou lá
Todo prefumado, de camisa ingomada
Apercata novinha, ainda fedendo a pai de xiquêro
Os cabelo cortado, biito que só a mulesta
num vai ter nêga que num quêra dançar um rala buxo mais eu
Já pensou?
Eu, Zé de Maria, butano pá furar na palhoça
Mái minino!
Pense num São João que num esqueço mái nunca
E ôta, é acabando um e eu já esperando o ôto!
Puquê aqui é assim, visse?
Depois que testou
Nunca mais é do mermo jeito
Num tem jeito de deixar
O negoço é bom de lascar!
Num digo!


Por José Lucas Martins