quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ela


A metade. Seria? Talvez! Ou melhor, completo. Completamente arrebatador.
Ela, bela moça de longos cabelos escuros, olhos cor de sedução, boca expressivamente tentadora, rosto redondamente afilando meu olhar que se estreita para proteger minhas retinas tão frágeis a tanto brilho de sua pele da cor de todos os sete pecados, dirá sete mandamentos de prazer, de encanto, de paixão.
Ofegante meu peito, sufocado meu pulmão, apenas um, o outro não resistiu a tanta atmosfera que lhe aprisionou e não o deixou mais se abranger, fugir, dar licença ao coração que de tanto crescer, mais parecia um grande compressor, bomba transpositora de amor líquido que ameaçava explodir em um ritmo incessante de batimentos. Corrente de paixão que alimenta as células do meu corpo já mole de forças. Coragem homem!
Acredito-me que tocar-te seria mais que estimular o tato macio, deslizante, sedoso, enfim, gostoso de tuas bochechas róseas de sangue quente, fervente, pulsante. Tuas mãos desenhadas e milimetradas pelo Criador, tão sensíveis. A velocidade do teu perfume, suave doce, que logo chega aos meus ares, anseia minhas narinas que se afoitam, arregalam-se, sentem o cheiro do arrepio que corre desenfreado pela minha pele, agora completamente encharcada de tanto suar frio por estar simplesmente ao lado teu.
Simplesmente? Diria que não. Complexamente física tua presença, filosoficamente difícil de descrever. Ousadamente, difícil de encarar, quando ponho em vista esse homem que é total dependente do cheiro, do olhar, da presença de uma mulher. Não qualquer mulher: ela.


Por José Lucas Martins

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